segunda-feira, 12 de abril de 2010

FESTIPOA - evento literário em Porto Alegre

 
 





Dia 20, terça, na Palavraria:
17h: Abertura: Cíntia Moscovich e Jacob Klintowitz conversam com Sergio Faraco sobre produção de contos e tradução.



18h30: Minimaratona Literária da CLL/SMC: leitura de contos do livro Dançar tango em Porto Alegre, de Sergio Faraco.



19h: Edgar Vasques conversa sobre literatura adaptada para HQ com o artista plástico e designer gráfico Fabriano Rocha e o escritor e artista gráfico Leandro Dóro



Dia 20, terça, no Café da Oca:
Das 20h30 às 23h30: Mostra artística Cabaré do verbo: Diego Petrarca, Lorenzo Ribas, Karine Capiotti, Petit Poa-RS, Rádio Putzgrila, Rodolfo Ribas, Rocartê, Projeto Floco.

Dia 21, quarta, na Letras & Cia:
14h: Edição especial do Papo de artista com Marcelo Spalding, Nanni Rios e Paulo Tedesco: “As artes e a literatura na era digital”. Na ocasião será lançada a revista online Expressões Digitais, coordenada por Nanni Rios, editora de arte digital do portal Artistas Gaúchos.



15h30: Leituras com Everton Behenck e Rodrigo Rosp.



16h: Debate com Simone Campos, Alexandre Rodrigues e Antonio Xerxenesky. Mediação: Luciana Thomé. Lançamento do livro Amostragem complexa, de Simone Campos (ed. 7Letras) e sessão de autógrafos com a autora.



18h: Pocket show com Bianca Obino.



18h30: Luis Paulo Faccioli, Luis Dill e Lima Trindade conversam sobre o conto na literatura brasileira contemporânea.




Dia 21, quarta, no Pé Palito Bar:
20h Lançamento da coletânea O melhor da festa volume dois.



21h: Baile das Artes: Samba Grego, Nelson Coelho de Castro, Petit Poa-RS, Guto Leite, Everton Behenck

Dia 22, quinta, no Espaço Cultural Casa dos Bancários:



17h: João Gilberto Noll lê trechos do livro Acenos e afagos.



18h: Nei Lopes lança Mandingas da mulata velha na Cidade Nova. E conversa com o professor Jefferson Tenório.

Dia 22, quinta, na Letras & Cia:
19h30: Lançamento do Campeonato Gaúcho de Literatura

Dia 22, quinta, na Sala Álvaro Moreira:



20h: Olhar de Ana Mariano sobre o mundo, a memória, o sexo e o amor: espetáculo com a atriz Sofia Salvatori, com direção de Margarida Leoni Peixoto



Dia 23, sexta, na Palavraria:
16h30: Marco Cena, Samir Machado de Machado e Clô Barcelos falam sobre a criação de capas para livro.



18h: Pocket show com Felipe Azevedo.



18h30: Jorge Furtado, Pena Cabreira e Juarez Fonseca conversam sobre letras de canções na música popular brasileira.

Dia 23, sexta, no Espaço Cultural Casa dos Bancários:
16h: Oficina de pintura de capas de papelão e confecção de livros com Lúcia Rosa (coletivo Dulcineia Catadora)



18h: Leitura Contos da vida breve, com Henrique Schneider.



18h30: Carlos André Moreira e Alcy Cheuiche discutem o romance histórico.

Dia 23, sexta, na Sala Álvaro Moreira:
20h: Leitura da peça Diálogos Espectrais, de Ivo Bender, com Luiz Paulo Vasconcellos, Júlio Conte, Giselle Cecchini e Diones Camargo

Dia 23, sexta, no Zelig:
20h30: Festa Sexta básica – dia do livro e do autor: Cristina Moreira, Leila Teixeira, Lima Trindade, Wladimir Cazé, Guilherme Darisbo, Duo HoffParú e Antonio Falcão e banda.

Dia 24, sábado, na Letras & Cia:
09h30: Grupo Nos Lemos (Manuel Estivalet, Bruno Brum Paiva, Janaína Quiroga, Nelson São Bento e Tina Gonçalves).



10h: Bárbara Lia, Wladimir Cazé e Laís Chaffe conversam sobre suas produções poéticas. Lançamento e sessão de autógrafo dos livros A última chuva, de Bárbara Lia e Macromundo, de Wladimir Cazé.

Dia 24, sábado, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano:
11h: Projeto Bate Boca Bom: Linhas de fuga e transmigrações da poesia de língua portuguesa: painel com Luis Serguilha e Ronald Augusto. Mediação: Liana Timm. Lançamento e sessão de autógrafo do livro Korso, com Luis Serguilha.



14h: Lúcia Rosa fala sobre o coletivo Dulcinéia Catadora. Lançamento e sessão de autógrafos dos livros Quatro quartos, de Monique Revillion e Duas palavras, de Altair Martins.



16h: Exibição de minimetragens do projeto Cidade Poema e leitura de poemas com autores convidados do projeto coordenado por Laís Chaffe.



16h30: A poética do mar: da poesia de Castro Alves à canção de Dorival Caymmi, poesia e música com Marlon de Almeida e Moisés Dornelles.



18h30: Vida e obra de Oliveira Silveira, com Jorge Fróes e recital de poesia com Vera Lopes e Grupo. Lançamento de antologia de poemas de Oliveira Silveira.

Dia 24, sábado, na Palavraria:
16h: Riobaldo e eu, a roça imigrante e o sertão mineiro: Luis Augusto Fischer conversa com José Hildebrando Dacanal.



17h30: Leitura Desacordo ortográfico, com Reginaldo Pujol Filho.



18h: Debate com Xico Sá, Cardoso e Cláudia Tajes. Lançamento e sessão de autógrafo de Chabadabadá – aventuras e desventuras do macho perdido e da fêmea que se acha, com Xico Sá

Dia 25, domingo, na Palavraria:
14h: Painel: Conto, imagem e construção do invisível, com Flávio Wild e Cássio Pantaleoni. Lançamento e sessão de autógrafo de Histórias para quem gosta de contar histórias, com Cássio Pantaleoni.



17h: Altair Martins conversa com Amilcar Bettega e Marcelino Freire.

Dia 25, domingo, no Ox/Ocidente:
20h: Festa de encerramento: Marcelino Freire, Altar Martins, Monique Revillion, bandas Bumblebee, Fapo e os humanóides e Suco Elétrico

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Contos Machadianos

Pessoal, aqui estão os três contos de Machado de Assis que são leitura obrigatória da UFRGS para 2011. É só clicar no link e baixar o texto.

Pai Contra Mãe
Capítulo dos Chapéus
Caso da Vara

Boa leitura.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Como falar? Como escrever?

É muito comum os alunos iniciarem o ano letivo - mais precisamento os alunos de cursos preparatórios para o vestibular - um pouco ansiosos. A gramática, normalmente, assusta a todos e eles gritam, sempre que possível: "Não sei nada de português". Descontruir essa ideia é muito difícil, mas necessário. Felizmente, a noção acerca dos conteúdos da disciplina "português" tem mudado e, possivelmente, os alunos, daqui a pouco, saberão que nem sempre dominar nomenclaturas gramaticais é sinônimo de "boa escrita".
Desde de cedo, vamos à escola e nos entopem de regras - ao menos foi assim comigo até o Ensino Médio, quando uma professora passou a priorizar a escrita, o desenvolvimento de ideias e de argumentos, bem como a expressividade artística-literária. Impossível? Acho que não. Ao menos deslocando a "ordem" do ensino de português, podemos criar mudanças. Se nas duas primeiras semanas de aula ditarmos regras e mais regras, os alunos odiarão ler e escrever. Acredito muito no ensino da grmática apartir do texto, a chamada linguística textual. Assim, parece-me, o educando fica mais seguro e tem oportunidade de ler e de criar sentidos.
Pois bem, deixando meus "achismos" de lado, dou voz a quem. de fato, tem autorização para falar: Marcos Bagno. O linguísta tem uma coluna na revista Caros Amigos e disponibiliza os textos no seu site - vale a pena!
Aí vai uma boa leitura:

A MALDIÇÃO DA NORMA CULTA
Marcos Bagno - Agosto de 2008
[A norma curta] não passa de uma súmula grosseira e rasteira de preceitos normativos saídos, em geral, do purismo exacerbado que, infelizmente, se alastrou entre nós desde o século XIX. A nomra curta é a miséria da gramática" - Carlos Alberto Faraco

Impossível calcular o estrago que o termo norma culta vem causando nos meios educacionais e, em geral, na cultura brasileira. Enquanto ele não for definitivamente jogado no lixo e incinerado, vai ser difícil examinar as relações entre linguagem e sociedade sob uma ótica serena e bem fundamentada. Por quanto tempo ainda teremos de viver sob a maldição da norma culta?
Embora alguns lingüistas usem esse termo com outros sentidos, a retumbante maioria das pessoas se refere à norma culta como um modelo idealizado de língua "certa", "bonita" e "elegante", que elas mesmas não sabem dizer onde, quando nem por quem foi estabelecido, mas que, apesar disso, merece toda a reverência do mundo, como se fosse uma doutrina sagrada, ditada pelo próprio Deus a seus profetas. Numa época em que se questiona tudo, em que se protesta contra toda forma de discriminação, contra qualquer prescrição no que diz respeito às relações sexuais, às crenças religiosas, aos modos de se vestir, de viver, de comer, de criar os filhos etc., em que a palavra diversidade impera, assim como a exigência de que ela seja respeitada e valorizada, é espantoso que só o uso da língua permaneça sujeito a uma regulação restritiva e tacanha. O dogma da infalibilidade papal virou piada, mas quase ninguém zomba dos dogmas gramaticais (mais velhos que a religião cristã). Por que os rótulos de "certo" e "errado" são abandonados, e até ridicularizados, em outras esferas da vida social, mas permanecem vivos e ativos quando o assunto é língua? Por que ninguém se dá conta de que a nebulosa norma culta é um produto humano e, portanto, imperfeito, falho e suscetível de contestação e reformulação? Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, fixada trezentos anos antes de Cristo. Impregnados dos preconceitos da época, os primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse, primeiro, escrito (a fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse, escrito por meia dúzia de "grandes autores", todos mortos. Essa doença torpe se propagou nos últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível para quase todo mundo. É com base nesse critério estúpido - a língua escrita dos "clássicos" - que se fixou, nas diversas nações, o modelo de "língua certa" que, no Brasil, atende pelo nome infeliz de norma culta. No caso brasileiro, a coisa é ainda mais cruel porque, fruto de processo colonial, nosso padrão idiomático se inspira numa língua escrita do outro lado do Atlântico, em outro hemisfério, em meados do século XIX. Por isso, não podemos começar frase com pronome oblíquo, nem usar "ele" como objeto direto ("eu vi ele"), nem dizer "prefiro mais X do que Y", nem "o filme que eu gosto", embora tudo isso constitua a gramática de uma língua autônoma, o português brasileiro, com mais de 500 anos de idade e 200 milhões de falantes (a terceira mais falada no Ocidente)! Até quando, meu pai Oxóssi?